Uma afirmação do Governador do Estado de São Paulo merece
reflexão por parte dos Professores das matérias técnicas específicas das Escolas
Técnicas Estaduais. Nela, o Governador afirma que os cursos das Etecs, em 80%,
serão transformados em ETIM (Ensino Técnico Integrado ao Médio). Escolas que
oferecem no período diurno cursos, essencialmente, técnicos irão dispensar ao
longo de três anos, em cada dez, no mínimo quatro Professores de formação
específica. A priori o estudo abaixo, monstra uma realidade futura que
precisa ser avaliada. Uma análise sobre o tema merece outro capítulo e debate
com a sociedade como um todo. O modelo que se impõe não satisfaz um ensino de
qualidade e também não atende as propostas do programa. Nossas Escolas
Técnicas, em sua maioria, não oferecem estrutura para abrigar ensino integral.
Alunos e professores não possuem a assistência devida. As escolas não possuem estrutura, físicas
mínimas, e pessoal de apoio que o
programa exige. Sem refeitório e cozinha própria para o preparo de uma dieta saudável, o que me preocupa, as Escolas Técnicas não oferecem alimentação adequada para a faixa etária dos alunos. O que se vê são convênios da merenda escolar com Prefeituras, também sem
estrutura. A forma como essas refeições são servidas é como alimentar o gado, levar a comida ao coxo. A comida é preparada em cozinhas
piloto e depois distribuída nas escolas em “caixas térmicas” que são manipuladas sem o
mínimo de higiene aceitável. O transporte vai cuidando da mistura, mistura tudo, arroz, molho
de tomate, salsicha, linguiça e carne moída, ingredientes do cardápio da
semana, conforme assisto em uma escola do CPS hoje. Pouco se vê de frutas e legumes, as vezes alface, tomate e repolho. Não há um
cardápio definido, balanceado, é uma dieta pobre. É assim que vejo é a realidade. Bem, os
resultados da falta de uma alimentação adequada aos jovens, hoje, não importam, irão refletir mais tarde. O que importa é o programa do Governo dar resultado nas próximas eleições. Não
existe ainda, no país, programas a longo prazo que modifique, de fato, os
interesses da Educação, pela Educação.
Para análise e reflexão, sobre aulas específicas e técnicos
formados:
Dedicado aos Professores de Formação Técnica, sejam eles, de
qualquer Eixo Tecnológico. Como Profissional da Área, entendo, com 39 anos de
vivencia no Ensino Técnico, tenho a obrigação de publicar projeção futura, com
base nos próximos três anos.
Projeção em
números para um curso, puramente Técnico, substituído pelo ETIM, no período
diurno.
Técnicos
formados para o período de três anos, na pior das hipóteses:
Ensino Técnico: 103 Técnicos formados, destes de 80 a 90 % ingressam ou
já estão no mercado de trabalho, como Técnicos, precisando de certificação.
ETIM: 92 Técnicos formados, destes, por conhecimento de causa, de 20 a
30% ingressam no mercado de trabalho como Técnicos.
Horas aulas específicas para um período de três anos:
Ensino Técnico: 9.000 horas aulas, ou seja, para ministrar essas,
9.000, aulas são necessários 2.1 Professores de Formação Técnica.
ETIM: 4.680 horas aulas, ou seja, para ministrar essas, 4.680, aulas
são necessários, apenas 1.1 Professores de Formação Técnica.
A Priori, em
três anos, de cada dez Professores que ministram aulas de formação específica em
qualquer área 4.5, deles, serão dispensados, ou seja, em breve de cada dez
Professores Técnicos, praticamente, cinco terão seus contratos rescindidos.
Pior, o
perfil das escolas Técnicas que oferecem cursos essencialmente técnicos irá mudar.
Professores
da Base Nacional Comum tem aulas em todas as Escolas da Secretaria da Educação,
Professores de Formação Técnica só tem aulas nas Escolas Técnicas e suas
descentralizadas.
Pensem e
reflitam!!!
A tendência das Etecs, hoje, é vontade do CPS e do Governo do
Estado de São Paulo.
Um exemplo: Na Etec de Ribeirão Preto, hoje, 130
Professores de Formação Técnica ministram aulas específicas amanhã, praticamente, somente sessenta deles serão necessários!
Tenho obrigação de contar, me faz bem em registrar e revelar!!!
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